Entre os suplementos existentes no mercado, o Whey Protein lidera o pódio entre os mais populares, mas há muitos erros e dúvidas acerca deste suplemento. Muitos acreditam que vão começar a fazer uso e se transformarão em super atletas do dia para noite, outros o vêem como uma “bomba” porque desenvolverão músculos a cada tomada, tem quem ache que quanto mais caro melhor a qualidade e melhor o efeito, assim como os que não tomam porque morrem de medo de sobrecarregarem fígado e rins, mas não é bem assim! Quem explica é o farmacêutico homeopata Jamar Tejada (Tejard), da capital paulista.
“Isolado, concentrado, hidrolisado e Whey 3W ou blend dos três primeiros são os tipos de Whey Protein encontrados atualmente no mercado, que variam de acordo com o modo de produção e/ou filtragem e a quantidade na composição de proteínas, gorduras e carboidratos resultando em diferentes respostas de digestibilidade, mas antes de tudo vale reforçar que ele é nada mais do que uma fonte de proteínas, um suplemento de proteína derivado do soro do leite. E que não é um substituto de refeição, ele é um suplemento, ou seja, pode complementar, mas não deve substituir”, explica o especialista.
Jamar fala que o wheys são feitos após o leite ser retirado dos animais nas fazendas e irem para seus destinos como, por exemplo, as queijarias, a parte que não é utilizada para produzir o queijo, é comprada pelas fábricas de WHEY, onde é submetida a um processo de pasteurização e filtragem. “A nível de curiosidade são necessários em média 200 litros de leite para produzir 1kg de WHEY concentrado. Mas, o mais importante na hora de escolher o tipo de whey protein é avaliar os objetivos que se deseja e suas individualidades”, fala Jamar.
As diferenças entre os tipos
Whey Protein Concentrado (WPC)
É a versão mais comum e mais barata que possui entre 70% e 80% de proteína do soro, oferecendo teor proteico geralmente menor do que os demais tipos de wheys. Em geral, contém lactose e gordura. O soro do leite passa apenas por uma filtragem e conserva carboidratos (lactose) minerais e gorduras do leite, podendo ter caseína. “O problema é que não vem descrito nos rótulos a quantidade de caseína, proteína potencialmente alergênica, logo quem precisa de uma dieta antiinflamatória por causa desta vai ter problemas”, alerta o farmacêutico que complementa: “O processo de digestão e absorção da proteína é mais demorado do que o dos outros tipos de whey e pode ser indicado para quem precisa consumir alta quantidade de proteína diariamente e para quem faz dieta low carb ou cetogênica”.
Whey Protein Isolado (WPI)
Através do aperfeiçoamento das tecnologias de filtragem, surgiu o WPI. De melhor qualidade, é constituído por de 90% de proteína com mínimas quantidades de gordura e lactose. Toda sua proteína provem do soro de leite, sem caseína e lactose, ou.Logo, a concentração de aminoácidos por dose no whey isolado é maior do que no concentrado, e o produto é absorvido mais rapidamente. “Pode ser indicado para atletas com treinos de baixa, média e alta intensidade, além de ser bem vindo aos intolerantes á lactose como eu e a pessoas alérgicas”, diz.
Whey Protein Hidrolisado (WPH)
Com as mesmas características do WPI, o WPH diferencia-se pelo processo de hidrólise enzimática (processo similar ao digestivo) que reduz o tamanho das proteínas à segmentos proteicos menores chamados de peptídeos. Os hidrolisados são mais facilmente digeridos e têm potencial reduzido em termos de alergenicidade, se comparados aos concentrados e isolados, sem perder seu valor nutricional. Pode ser uma boa opção para quem apresenta problemas de gases e má digestão ao consumir o suplemento isolado ou concentrado. “A desvantagem é o sabor, além do preço, e também são indicados aos alérgicos”, fala.
Whey 3 W ou Blend
É o whey com mistura dos três tipos, sendo que muitas marcas não mostram a proporção de cada whey utilizado no produto, por isso, o consumidor acaba pagando mais caro e pode sofrer os mesmos inconvenientes do whey concentrado comum para quem é alérgico.
Proteína vegetal pode substituir Whey Protein?
Jamar conta que uma coisa é proteína vegetal, que geralmente vem da soja, arroz ou da ervilha e outra é a proteína de origem animal, da carne. “Nenhum deles é WHEY, mas podem ser alternativas ao seu uso especialmente para os pacientes que têm qualquer alergia à proteína do leite ou são veganos”, ensina o especialista deixando claro que Whey Protein possui o maior valor biológico, ou seja, a melhor capacidade de absorção, utilização e a maior quantidade de aminoácidos essenciais.
Só quem faz exercícios pode tomar Whey Protein?
Jamar afirma que não. “Mesmo sem a prática de exercícios físicos, o Whey é bem-vindo já que a partir dos 30 anos começa o início de perda muscular que geralmente se dá de 3-8% a cada década. Segundo estudos uma maior ingestão de aminoácidos reduz esta perda de massa magra progressiva”, fala.
A preservação da massa muscular é essencial a todas as idades, principalmente aos idosos onde é essencial para mobilidade e sustentação das articulações, por isso uma alimentação balanceada e a prática constante de exercícios físicos se fazem necessários ao longo de toda vida. Assim, a suplementação com Whey atua na recuperação e ganho de massa muscular na prevenção e tratamento da Sarcopenia. Estudos também revelaram que a suplementação proteica influencia beneficamente a composição do leite materno, aumentando as concentrações de imunoglobulinas como da IgA, implementando a defesa contra infecções da mucosa por vírus ou bactérias.
Jamar fala que existe ainda um outro ponto interessante é que o Whey provoca saciedade por afetar os processos metabólicos da regulação energética favorecendo o controle e a redução da gordura corporal. “Ou seja, quanto mais bem nutrido, menos fome a pessoa terá”, diz.
O Whey também melhora a imunidade através do aumento da glutationa no corpo, inclusive dentro dos linfócitos e por bloquear a conversão da enzima de angiotensina, melhora a função vascular pelo seu poder antioxidante.
Quando utilizar?
Para praticantes de atividades físicas o Whey Protein é melhor absorvido e utilizado no período que chamamos de janelas de oportunidade que ocorre, geralmente, uma ou duas horas antes do treino ou do exercício. Outra janela é na hora de dormir. “Trabalhos científicos mostram ser uma estratégia interessante para ganho de massa muscular ou manutenção, em todas as idades, inclusive e principalmente no idoso, até porque ele melhora a qualidade do sono em pacientes com sobrepeso. Embora não deva ser substituído por uma refeição, o Whey pode ser uma alternativa para os lanches rápidos”, revela Jamar.
Whey engorda?
Se tomado exageradamente, o especialista fala que as proteínas que não são necessárias ao organismo são metabolizadas pelo fígado e transformadas em gordura sim.
“Em média, necessitamos de 1 grama a 1,4 grama de proteína por quilo de peso ao dia para que o corpo possa desempenhar todas as funções e promover o crescimento muscular. Se o consumo for menor do que o necessário, dificilmente os resultados esperados serão atingidos, mas se for maior há um risco de sobrecarga no fígado e nos rins”, finaliza o especi9alista que deixa uma lista de recomendações para compra Whey Protein.
Recomendações para a compra segura
Identificar no rótulo do produto se o whey protein é o primeiro da lista de ingredientes, indicando que ele é o produto de maior quantidade na composição;
Atenção com os rótulos muito extensos e com palavras, itens mais complicados de se ler, o que significa que foram adicionados muitos aditivos;
Quanto menos nomes tiver na lista dos ingredientes é melhor;
Evite produtos cujos rótulos apresentem grande quantidade de maltodextrina, corantes, saborizantes, aromatizantes e conservantes;
Prefira as versões manipuladas para ter garantia da procedência e da composição do Whey Protein.
Sobre Jamar Tejada
Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008.
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